Demorei mais do que eu imaginava para terminar de assistir a série, não por falta de tempo, mas por falta de estrutura, ou algo perto disso.
O primeiro episódio vi no dia do lançamento, junto com o João, mas ele não pareceu muito interessado na série, enquanto eu lacrimejei discretamente no sofá, ainda consciente do patético da situação, pois sei o abismo que existe dentro do Espectro e consigo ver com clareza a diferença entre o Sam e o Thiago, mas nada disso diminui a sensação de impotência em proteger o meu filho, no que é semelhante.
Logo nos primeiros episódios, ele é zoado na escola, e diz que ele pode não entender o porquê estão rindo dele, mas que ele sabe que estão sacaneando ele, e que isso dói. Essa cena doeu na alma, pois esse é um futuro certo, apesar de termos tido muita sorte em relação aos colegas e escolas. Mas no 6° Ano, ele vai mudar de escola e só Deus sabe o que ele irá encontrar. Mas coração de mãe é assim mesmo, sofre por antecedência.
Mas a série é boa – delicada, engraçada, sensível. Eu me emocionei em alguns momentos, mas eu ri em outros, como no jantar que a mãe quis preparar pra família, e a alegria de cada um em seu prato favorito, ou ele pedir o macarrão na manteiga no Olive Garden. Tão familiar, tão próximo de mim, que não teve como não reconhecer e sorrir, ou chorar, nas horas em que ele sofre e eu consigo perceber com mais clareza o que é a jornada sensorial do meu filho.
Mas vou mentir se falar que não me assustei. Nunca soube lidar direito com adolescentes, e ter um adolescente com tantas peculiaridades pode ser mais difícil do que eu possa imaginar.
Mas recomendo a série. Pra ver com o coração aberto.